domingo, 10 de março de 2013

Aldous Huxley - Admirável Mundo Novo

Comprei esse livrinho pela bagatela de R$12,00 acreditam? Fiquei feliz demais e li bem rapidinho. Aldous Huxley e George Orwell são os melhores quando se trata de escrever livros distópicos. O pior é que em certos aspectos eles acertaram. Tentar prever o que será de nós no futuro não é tarefa fácil, Huxley acredita em um futuro em que o homem é sublimado pelo prazer e felicidade extremos, Orwell acredita justamente no contrário. Mas  o ponto que lhes é comum, é justamente no que acredito também: que o ser humano caminha para à fragmentação de si. Continuamos comprando máquinas e investindo no desenvolvimento da ciência e da tecnologia, mas não será possível atingir a perfeição, apenas um mérito relativo. E quanto mais se avança para uma coesão global, mas nos afastamos de nós mesmos, e de nosso componente humano.

Enfim, eu sei que deveria ter escrito a resenha do livro, mas estou muito preguiçosa esses dias. Então vou deixar apenas algumas frases - o livro tem várias ótimas!



* Governar é mais questão de acomodar do que de atacar. Governa-se com o cérebro e com as nádegas, nunca com os punhos.



* Quem é diferente está destinado a ser só e a ser tratado brutalmente.

* Decerto. A felicidade real me parece bem sórdida em comparação às compensações que se encontram na  miséria. E sem dúvida a estabilidade não é tão bom espetáculo quanto a instabilidade. E estar contente nada tem do encanto de uma boa luta contra a desgraça, nada do pitoresco de uma batalha contra a tentação, nem de uma derrota fatal pela paixão ou pela dúvida. A felicidade nunca é grandiosa.

* Todos os efeitos tônicos do assassínio de Desdêmona e do fato de ter sido ela morta por Otelo, sem qualquer das inconveniências.
_ Mas eu gosto das inconveniências.
- Nós não gostamos - disse o Dirigente. - Preferimos fazer tudo confortavelmente.
_ Mas eu não quero o conforto. Quero Deus, a poesia, o perigo real, a liberdade, a bondade, o pecado.
_ De fato - disse Mustafá Mond - você reivindica o direito de ser infeliz.
_ Pois bem - disse o Selvagem como um desafio -, reivindico o direito de ser infeliz.
_ Sem falar no direito de se tornar velho, feio e impotente; de ter sífilis e câncer; de não ter o que comer; o direito de ter piolhos e de viver em constante apreensão sobre o dia de amanhã; o direito de contrair tifo, de ser torturado por dores indizíveis de toda a espécie. - Houve um longo silêncio.
_ Eu os reivindico todos - disse afinal o Selvagem.
Mustafá Mond deu de ombros. - Você será bem-vindo - disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...